Teatro Tivoli - 2017














O Teatro Tivoli BBVA em Lisboa esgotou ontem à noite para ver e ouvir o músico Pedro Barroso que regressou aos palcos três anos depois, período no qual enfrentou gravíssimos problemas de saúde. Em palco mostrou a qualidade de sempre, não se notando qualquer mazela dos problemas de saúde na sua qualidade artística. 

No dia em que Mário Soares faleceu, algo que “me provocou um dor muito grande, peço desculpa se firo alguém”, Pedro Barroso regressou aos palcos para a celebração da vida e da música. O Teatro Tivoli BBVA esgotou e foi invadido pela emoção e pelo amor. Assim que Pedro Barroso subiu a palco, logo a seguir aos músicos que o acompanharam, o público saltou como se tivesse uma mola na cadeira para o aplaudir prolongada e efusivamente. 


Pedro Barroso cujo os últimos trabalhos foram o disco “Cantos da Paixão e da Revolta” e o livro “Memória Inútil de Mim” em 2012, o CD+DVD “Memória do Futuro” e o disco “Palavras ao Vento” em 2014, numa altura em que já se encontrava debilitado e como ontem referiu serviu de auguro ao cabo das tormentas pelo qual passou. Felizmente está de regresso aos bons velhos tempos, que na sua voz são sempre novos.






À mítica sala lisboeta levou um alinhamento com mais de 20 canções e um espectáculo que ultrapassou as 2:30. Ninguém se cansou, mais temas houvesse e o público ali continuaria num desfiar de memórias, dele e que a partir de ontem são também de todos os que ali marcaram presença. Porque Pedro Barroso consegue com um humor inteligentíssimo e uma elegância na oratória transmitir constantemente emoções. 

“Cantarei” deu inicio forte e emotivo ao espectáculo e serviu para agarrar o público que já antes de o espectáculo começar se mostrava ávido de voltar a ouvir um dos mais importantes e belíssimos músicos portugueses (o reconhecimento não acompanha(ou) tudo o que já fez).







Calma, não matem já o homem de emoção. Obrigado por terem vindo de todo o país” começou por dizer, acrescentando que nesta noite se celebraria “a vida. Uma celebração do canto como forma de obter a liberdade”. 

Para cada tema, Pedro Barroso ia contando uma estória (e tantas que deverá ter, afinal são 50 anos de canções, mais alguns de vida e de talento). O público escutava-o atentamente e de quando em vez lançava-lhe piropos e elogios, numa interacção bonita e mais uma vez emotiva (a repetição das palavras emoção/emotiva é quase obrigatória depois de todo o amor vivido no Tivoli durante o espectáculo).







“Bonita” falou da beleza das pessoas (a beleza interior), o fado marcou presença com “Fado Quitério” e “Fado da tua boca” antes de chegar o momento de “Palavras ao Vento” que deu titulo ao seu último disco e no qual recordou os momentos em que enfrentou os problemas de saúde que o afectaram nos últimos anos. 

Com o tempo a voar, canções a emocionar e Pedro Barroso demonstrando que as pequenas coisas da vida são as que devemos aproveitar, as canções surgiam com a naturalidade de quem tem um dom de emocionar os outros com o seu canto, a sua escrita e as suas composições (segundo o músico, já fez mais de 490 canções ao longo da sua carreira e teve uma dificuldade hercúlea para escolher o repertório para esta noite), fomos ouvindo “Cheiro”, “Lua”, “Música Música” ou “Agora nunca é tarde”.







Mas havia uma surpresa na manga (ou neste caso atrás do palco). Pedro Barroso levou como convidado o seu filho, Nuno Barroso. Mais do que seu filho, Nuno Barroso é um músico de mão cheia e demonstrou que herdou do pai os genes do talento e da sensibilidade artística. A dupla Barroso esteve junta em palco para “Dá-me uma gota de ti” e “Menina dos olhos de água”.

“Maria Montanha” e “Viva quem canta” antecederam “Pedra Filosofal” com a qual terminaria o concerto… se o público deixasse. Mas não! O público queria mais, a emoção apoderava-se de Pedro Barroso e a festa da celebração da vida continuou.







Importante destacar ainda os belíssimos músicos que acompanharam Pedro Barroso em palco: Ana Alves no bandolim e coros, David Zagalo nos teclados, Manuel Rocha no violino, Miguel Carreira no acordeão e viola, Susana Castro Santos e Luís Sá Pessoa nos violoncelos, além claro de Pedro Barroso na viola, piano e direcção musical. O convidado Nuno Barroso mostrou-se virtuoso no piano.








“Liberdade” teve a sua estreia ontem no Tivoli e integrará o LP que o músico começará a gravar dentro de quinze dias. Este tema serviu para homenagear Mário Soares. “Viriato” deu por terminado o espectáculo, no qual o público riu, chorou, aplaudiu e aprendeu o verdadeiro sentido da vida e das emoções. Bravo Pedro Barroso!









Fonte –  Infocul 

















































































































































































































































































































































































































































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